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Hiperplasia Prostática Benigna: é preciso se preocupar?

Atualizado em 13 de abril de 2021 | Publicado em 2 de abril de 2021
Por: Dr. Leonardo Ortigara

Hiperplasia Prostática Benigna: é preciso se preocupar?

hiperplasia prostática benigna é caracterizada pelo aumento benigno no volume da próstata. A condição é considerada como o tumor não-canceroso mais comum no público masculino, afetando cerca de 50% dos homens acima de 50 anos e até 80% dos pacientes com mais de 90 anos, segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

Para se ter uma ideia, a próstata possui o tamanho semelhante a uma noz até por volta dos 40-45 anos. Conforme o organismo do homem envelhece, a glândula pode atingir o tamanho de uma bola de tênis. No entanto, a hiperplasia prostática benigna não tem chances de evoluir para um câncer de próstata e não representa uma predisposição para a doença.

Apesar de não estar relacionada ao câncer de próstata, a hiperplasia prostática benigna pode afetar a qualidade de vida do homem e causar complicações graves quando não tratada. Continue a leitura e saiba mais!

O que causa a hiperplasia prostática benigna?

As causas da condição ainda não são completamente conhecidas, mas sabe-se que estão relacionadas às mudanças hormonais no organismo conforme o avanço da idade. As alterações causadas pela queda na produção de testosterona, especialmente na di-hidrotestosterona, são apontadas como as grandes responsáveis pelo desenvolvimento da hiperplasia prostática benigna.

Quais os sintomas da condição?

Os sintomas causados pela hiperplasia prostática benigna estão relacionados a problemas urinários. Geralmente, os primeiros sintomas começam a aparecer por volta dos 50 anos de idade e podem se tornar mais intensos após os 60 anos.

Vale ressaltar que alguns pacientes que desenvolvem a condição apresentam sintomas amenos e, por isso, são capazes de conviver com ela sem alterações na qualidade de vida e sem a necessidade de tratamento. 

Dentre os principais sintomas, podemos citar:

  • dificuldade para urinar;
  • sensação de micção incompleta;
  • diminuição da força do jato urinário;
  • gotejamento ao final da micção;
  • necessidade de urinar com mais frequência.

Por que a hiperplasia prostática benigna causa problemas urinários? 

No sistema reprodutivo masculino, a próstata está localizada logo abaixo da bexiga e envolve uma parte da uretra, que é o canal responsável por transportar a urina da bexiga para o pênis. Conforme ocorre o aumento da próstata, a glândula passa a comprimir, gradativamente, a uretra, tornando-a mais fina e estreita.

Como consequência, a urina passa a ficar estagnada na bexiga, causando bloqueio no fluxo urinário. Quando isso acontece, o homem fica mais suscetível a desenvolver infecções no trato urinário e cálculos na bexiga. Em casos de obstrução prolongada, pode haver, ainda, enfraquecimento da bexiga e danos aos rins.

Como é realizado o diagnóstico?

O diagnóstico pode ser obtido por meio de um exame retal, pelo qual o urologista poderá constatar o aumento da glândula. A próstata com hiperplasia prostática benigna não é dolorosa ao toque e não apresenta áreas duras, como acontece no câncer de próstata.

Além do exame clínico, o médico poderá solicitar outros exames complementares para obter um diagnóstico preciso, como: 

  • PSA;
  • USG transretal;
  • urofluxometria;
  • ressonância magnética.

Quais são as principais formas de tratamento?

Como foi citado, o tratamento para a hiperplasia prostática benigna nem sempre é necessário. A recomendação é que a condição seja tratada quando os sintomas afetam a qualidade de vida do paciente ou representam riscos para complicações de saúde. A escolha do tratamento depende do grau de evolução da condição, podendo ser:

Medicamentoso

O tratamento medicamentoso é indicado como alternativa inicial para casos leves. Basicamente, existem dois tipos de fármacos que são eficientes para tratar a condição: bloqueadores alfa-adrenérgicos e inibidores da 5-alfa-reductase. 

Os primeiros ajudam a relaxar os músculos da próstata e da saída da bexiga, contribuindo para melhorar o fluxo de urina. Já os inibidores da 5-alfa-reductase bloqueiam os efeitos dos hormônios masculinos responsáveis pelo crescimento da próstata e podem reduzir as dimensões da glândula em até 25%.

Cirúrgico

Se o tratamento medicamentoso apresentar resultados ineficazes ou pouco satisfatórios, o médico poderá optar pelo tratamento cirúrgico, que pode ser realizado de duas formas. 

Ressecção transuretral da próstata (RTUP)

Considerado bastante comum, o procedimento tem o objetivo de remover parte da próstata para diminuir seu tamanho. A cirurgia é realizada com o auxílio de um endoscópio e um instrumento cirúrgico utilizado na remoção parcial da glândula. Apesar de ser eficiente, a RTUP pode causar complicações, como infecção, hemorragia, incontinência urinária, disfunção erétil, dentre outras.

Prostatectomia robótica

prostatectomia robótica é uma evolução da prostatectomia aberta e apresenta importantes benefícios para o paciente. Ela pode ser usada como alternativa à RTUP, principalmente quando a próstata possui um volume muito acentuado. Realizada com o auxílio de um robô, a cirurgia pode ser utilizada para remoção parcial ou total da próstata, oferecendo maior precisão dos movimentos cirúrgicos, recuperação rápida e com riscos de incontinência urinária e impotência sexual consideravelmente menores.

Quer saber mais? Entre em contato e envie suas dúvidas sobre o assunto! 

Material escrito por:
Dr. Leonardo Ortigara
CRM 15149 / RQE 7698