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Mulheres transexuais vão ao urologista?

Atualizado em 8 de fevereiro de 2021 | Publicado em 8 de fevereiro de 2021
Por: Dr. Leonardo Ortigara

Mulheres transexuais vão ao urologista?

Mulheres trans, travestis e algumas pessoas com identidade de gênero não-binária, por não se identificarem como homens, podem acabar não dando uma atenção especial – e fundamental – para sua saúde urológica. Apesar da conquista de direitos, poucas mulheres transexuais vão ao urologista, seja em virtude da falta de informação, receio de sofrer preconceito ou outros fatores limitantes.

É importante ressaltar que a sua saúde e qualidade de vida sempre devem ser colocadas em primeiro lugar. O passo inicial é buscar informações relevantes para que você saiba exatamente quais problemas podem afetar sua saúde – e o câncer de próstata é um deles. Portanto, se você ainda tem dúvidas se mulheres transexuais vão ao urologista, continue a leitura e saiba mais sobre o assunto.

Por que mulheres transexuais devem ir ao urologista?

Por trás da identificação com o gênero oposto, as mulheres transexuais nasceram com o sistema genital masculino, ou seja, elas correm os mesmos riscos de desenvolver o câncer de próstata que um homem cisgênero. Isso porque a próstata faz parte do sistema genital biologicamente masculino e, na grande maioria das vezes, não é retirada mesmo após a cirurgia de redesignação.

Dessa forma, se a mulher trans realizou a cirurgia de retirada dos testículos, da genitália ou não realizou nenhuma cirurgia, ela ainda possui a próstata. Isso significa que ela corre o risco de desenvolver câncer de próstata em algum momento da vida. Por isso, como medida preventiva, é essencial consultar um urologista anualmente a partir dos 45 anos de idade

Faço terapia hormonal. Devo me preocupar?

As mulheres trans que não realizam nenhum tipo de terapia hormonal devem ter a mesma preocupação que homens cisgênero, já que excluindo fatores hereditários e ambientais particulares a cada paciente, os riscos são os mesmos. Mas e as mulheres que fazem terapia hormonal com acompanhamento médico? 

Ainda há poucos estudos científicos que comprovem o risco de câncer de próstata em pacientes que fazem terapia hormonal. Em tese, elas teriam menos chances de desenvolver a doença, já que o uso de estrogênio faz a próstata parar de crescer, reduzindo os riscos de câncer.

Além disso, a terapia hormonal também bloqueia a produção de testosterona. Como existe uma relação direta entre o câncer de próstata e a produção desse hormônio, a incidência da doença também passaria a ser mínima. No entanto, se você possui próstata, o mais recomendado é realizar os exames preventivos mesmo fazendo terapia hormonal.

Mulheres transexuais que retiraram a próstata devem ir ao urologista?

Em algumas cirurgias específicas, ocorre a retirada da próstata para a redesignação de sexo. Nesses casos, não há necessidade de se preocupar com o risco de desenvolver câncer de próstata, uma vez que não há mais resquícios da glândula ou a presença de células que poderiam se tornar um câncer prostático.

A importância do atendimento humanizado

Mulheres transexuais que vão ao urologista pela primeira vez podem se sentir desconfortáveis e constrangidas por se tratar de um profissional que atende, majoritariamente, homens cis. Hoje, uma grande dificuldade enfrentada pelas trans é a busca de um atendimento sensível e humanizado, que respeite a identidade de gênero e o nome social.

No entanto, é possível encontrar médicos que oferecem atendimento humanizado, respeitando todas as individualidades, valores e princípios de cada paciente. Ao buscar atendimento urológico, pesquise a fundo sobre os profissionais e tenha a certeza de que você se sentirá respeitada e valorizada em sua consulta.

E lembre-se: não deixe de ir ao urologista! Agora que você sabe que mulheres transexuais vão ao urologista, seja consciente e coloque sua saúde em primeiro lugar. Se você tem mais de 45 anos, busque um profissional especializado para realizar exames preventivos e cuidar da sua saúde. O diagnóstico precoce é o melhor aliado na luta contra o câncer de próstata.

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Material escrito por:
Dr. Leonardo Ortigara
CRM 15149 / RQE 7698