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Conheça os riscos dos estimulantes sexuais

Atualizado em 6 de julho de 2022 | Publicado em 2 de julho de 2022
Por: Dr. Leonardo Ortigara

Conheça os riscos dos estimulantes sexuais

Ter uma vida sexual ativa e saudável é o desejo da maioria das pessoas. Isso, além de estar ligado com o prazer, também tem ligação com a autoestima. Com o passar dos anos, é comum haver mais dificuldade para ter uma relação por questões físicas. Nesses momentos, é natural que os pacientes, especialmente os homens, procurem medicamentos ou “remédios naturais” para melhorar sua performance, sem nem suspeitar de todos os riscos dos estimulantes sexuais.

Esses estimulantes estão disponíveis em diversos locais, desde farmácias até lojas virtuais e, normalmente, prometem o que todo homem quer: o aumento da libido, mais prazer sexual e uma ereção mais duradoura.

Mas, na realidade, esse efeito nem sempre é verdadeiro ou, pior ainda, traz um grande risco para a saúde do paciente que pode, inclusive, ter paradas cardíacas ou outros problemas por causa do seu uso indevido.

Continue lendo esse artigo para saber mais sobre os riscos dos estimulantes sexuais e veja outros métodos para combater a disfunção sexual.

Disfunção erétil: o grande inimigo da saúde sexual masculina

Na maioria dos casos, os estimulantes sexuais são usados por homens que estão com dificuldade para ter ou manter uma ereção, o que impossibilita a relação sexual. Esse problema se chama disfunção erétil ou impotência sexual masculina.

Essa condição é caracterizada pela dificuldade de forma persistente. Ou seja, apenas um caso isolado após um dia estressante ou a perda mínima da rigidez da ereção não é considerado um problema físico, uma vez que é completamente normal. Já quando ocorre periodicamente, é preciso ficar atento para buscar um diagnóstico.

Um grande mito sobre a disfunção erétil é que ela corresponde a total incapacidade de ter relações sexuais, o que não é, necessariamente, verdade. Essa doença é classificada em três graus diferentes:

  • leve ou mínima: a capacidade de manter a ereção está um pouco diminuída e não ocorre com frequência.
  • moderada: a capacidade está mais afetada e o homem, frequentemente, não consegue manter relações sexuais.
  • grave ou completa: quando o paciente não consegue ter ereção em nenhum momento.

Apesar de poucas pessoas falarem sobre isso, a impotência sexual é um problema comum entre os homens. Um estudo realizado pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com 2862 pacientes do sexo masculino acima de 18 anos revelou que 45,1% dos entrevistados sofrem com algum grau de disfunção erétil: sendo, 31,2% mínima, 12,2% moderada e 1,7% completa.

Ou seja, quase metade de todos os homens têm dificuldades para ter ou manter uma ereção, o que mostra que não há motivos para ficar complexado com isso!

Quais são as causas da disfunção erétil?

A idade avançada é um grande fator de risco para o problema. De acordo com artigo publicado na Revista da Associação Médica Brasileira, comparados aos homens de 18 a 39 anos, os pacientes na faixa etária de 60 a 69 anos têm 2,2 vezes mais risco de sofrer com a disfunção erétil. Para os pacientes acima de 70 anos, as chances são três vezes maiores.

Contudo, a disfunção erétil não possui causas somente fisiológicas, ou seja, naturais do próprio organismo. Fatores psicológicos e emocionais também são responsáveis por muitos casos de dificuldade em obter ou manter uma ereção. A ansiedade e a depressão, por exemplo, são condições que contribuem significativamente para o problema.

Além disso, a pesquisa realizada pela USP, citada acima, revelou que muitos pacientes que apresentavam disfunção erétil sofriam com baixa autoestima e problemas no relacionamento com o parceiro, com os filhos e os amigos, no trabalho e no lazer.

Os dados mostraram que homens com dificuldades de ereção compartilham alguns fatores, como:

  • 54,6% apresentam mais casos extraconjugais;
  • 32,9% tiveram mais dificuldades no início da vida sexual;
  • 30,4% afirmam ter uma ejaculação rápida mais frequentemente;
  • 23,2% têm vínculos menos estáveis com seus parceiros(a);
  • 20,7% tiveram menos informação sobre sexo durante a infância;
  • 8,9% consideram sua qualidade de vida sexual insatisfatória e
  • 3,0% apresentam queixas sobre falta de desejo sexual.

Além da idade e dos problemas emocionais, existem outros fatores que podem contribuir para o aparecimento do problema e incentivar a procura por estimulantes sexuais, como a obstrução dos vasos sanguíneos, o colesterol alto, a diabetes, a pressão alta e a obesidade.

Os riscos dos estimulantes sexuais

Como visto, a disfunção sexual é um problema mais comum do que se pensa, mas tem grandes impactos na autoestima do homem. Como consequência, é comum que os pacientes procurem por medicamentos ou remédios naturais, para superar essa condição sem contar com a ajuda de um especialista e saber realmente dos riscos dos estimulantes sexuais.

Entre os diversos sintomas que os estimulantes podem causar, os principais são:

  • dor de cabeça;
  • problemas digestivos;
  • congestão nasal;
  • vermelhidão;
  • problemas visuais e
  • dores musculares.

Em casos mais graves, eles podem causar convulsões, enxaquecas e outras condições neurológicas.

O uso frequente também pode resultar em dependência psicológica. O paciente passa a supervalorizar o estimulante masculino e relaciona o seu bom desempenho sexual ao uso do medicamento. Esse hábito pode aumentar, ainda mais, os níveis de ansiedade, uma vez que o homem fica com receio de não ter mais relações satisfatórias se não estiver medicado.

Além disso, um dos riscos dos estimulantes sexuais é piorar o caso, uma vez que a causa não é tratada. Assim, uma disfunção erétil leve, por exemplo, pode passar a ser completa.

Cuidado com os medicamentos não aprovados pela Anvisa!

Todos os efeitos colaterais citados acima são de medicamentos aprovados pela Anvisa. Mas o cuidado deve ir ainda além quando o composto utilizado não conta com aprovação, o que aumenta os riscos para a saúde.

Um exemplo bem conhecido aqui no Brasil é o Erectin, que não tem bula e, ao procurar qualquer informação na internet, não é possível encontrar. Não há, no próprio site da Anvisa, registro desse produto, apesar de ser divulgado que ele é aprovado por esse órgão.

Como não foi encontrada nenhuma informação confiável ou estudos científicos que comprovem a sua eficiência, o mais recomendado é evitar esse estimulante masculino, que pode ter efeitos colaterais para a saúde.

Outro estimulante sexual que se deve evitar é o Melzinho do Amor, também conhecido como Power Honey. Ele promete efeito imediato para auxiliar o homem a ter e manter uma ereção. Tudo isso na premissa de ter substâncias naturais, sem haver contraindicações.

Mas, no final de 2021,  o Laboratório de Toxicologia da Unicamp avaliou o Melzinho do Amor e concluiu que, apesar da sua embalagem falar que o produto é 100% natural, sua composição tinha traços de Sildenafila e Tadalafila, dois medicamentos que não devem ser consumidos sem a recomendação médica. Isso porque apresentam riscos ao paciente, podendo, inclusive, levar ao óbito.

Vale ressaltar que os riscos dos estimulantes sexuais inviabilizam totalmente o seu uso. Com a devida avaliação médica e acompanhamento, é possível usar os medicamentos aprovados pela Anvisa para ter uma ereção e melhorar a vida sexual.

Como tratar a impotência sexual sem estimulantes sexuais?

Como já falado, os estimulantes sexuais não são um tratamento para a impotência, apenas permitem que o homem mantenha a ereção para ter uma relação sexual.

Para iniciar o cuidado real, é preciso fazer uma avaliação clínica e entender a causa desse problema, então será possível identificar a terapia mais indicada. Em muitos casos, prescrevem-se medicamentos orais, como o Viagra, mas nem sempre essa é a melhor opção.

Conheça outros tipos de tratamento para a impotência sexual:

Mudança no estilo de vida

Para alguns pacientes, promover uma mudança significativa no estilo de vida pode ser suficiente para combater a disfunção erétil, sobretudo se o problema possuir causas emocionais e psicológicas. Parar de fumar, reduzir o consumo de bebidas alcoólicas, manter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos, por exemplo, podem melhorar o desempenho sexual.

Psicoterapia

Em casos de disfunção erétil de origem psicogênica, a psicoterapia pode ajudar o paciente a tratar os problemas emocionais e melhorar seu desempenho sexual. Geralmente, esse método envolve a reeducação sexual e terapia psicológica com o parceiro.

Muitas vezes, principalmente nos casos de disfunção leve, recomenda-se a mudança de estilo de vida e a psicoterapia antes de recomendar qualquer outro tratamento, tendo em vista os riscos dos estimulantes sexuais.

Terapia por ondas de choque

O aparelho de ondas de choque de baixa pressão acústica emite uma frequência capaz de estimular a circulação sanguínea no local e promover a ereção peniana. O tratamento é indicado para pacientes que sofrem com doenças crônicas e doenças urológicas. É minimamente invasivo, indolor e não apresenta efeitos colaterais.

Injeção peniana

A injeção peniana consiste na aplicação de um medicamento específico diretamente no pênis por meio de uma agulha muito fina. É uma alternativa ou um tratamento intermediário para pacientes que não respondem de maneira satisfatória ao uso de medicamentos, o que pode ocorrer pelos seus efeitos colaterais ou pela falta de eficácia para o caso.

Prótese peniana

As próteses penianas promoveram uma verdadeira revolução para combater os problemas de impotência sexual. Trata-se de um pequeno dispositivo inserido cirurgicamente no interior dos canais de ereção peniana. Dependendo do tipo utilizado, o pênis permanece ereto ou pode ser controlado pelo paciente. Esse tratamento é indicado em casos de disfunção erétil grave e para homens que não responderam de maneira satisfatória aos medicamentos ou às drogas injetáveis.

Consulte um especialista

Vale ressaltar que esse artigo tem como objetivo mostrar os riscos dos estimulantes sexuais que são utilizados sem a devida recomendação médica. Se o seu médico recomendou o uso de algum medicamento, siga a orientação, veja se você se adapta e agende uma consulta de retorno para verificar se esse método é o mais recomendado para você ou não.

O que se deve fazer, ao máximo, é evitar os remédios que se dizem naturais que não contam com bula ou aprovação e prometem ser milagrosos.

Ainda ficou com alguma dúvida sobre os riscos dos estimulantes sexuais? Então, entre em contato comigo para conversar mais sobre esse tema. Sou urologista em Balneário Camboriú e Itajaí e posso ajudá-lo a ter uma vida sexual mais saudável.

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Material escrito por:
Dr. Leonardo Ortigara
CRM 15149 / RQE 7698