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Neuromodulação sacral: tratamento minimamente invasivo para incontinência urinária

Atualizado em 18 de março de 2022 | Publicado em 4 de setembro de 2020
Por: Dr. Leonardo Ortigara

Neuromodulação sacral: tratamento minimamente invasivo para incontinência urinária

Buscar tratamento para incontinência urinária significa recuperar a qualidade de vida e o bem-estar físico, social e emocional. Em muitos casos, o problema pode ser tratado com terapia comportamental ou uso de medicamentos adequados, mas quando esses métodos não surtem o resultado desejado, a neuromodulação sacral pode ser o tratamento mais recomendado.

Considerada a terceira linha de tratamento para incontinência urinária, a neuromodulação sacral ainda é pouco conhecida, sobretudo pela falta de profissionais habilitados para realizar o procedimento. Contudo, é um tratamento seguro e altamente eficaz para combater a perda de urina involuntária e proporcionar mais qualidade de vida ao paciente.

O que é neuromodulação sacral?

A neuromodulação é um tipo de tratamento que busca a melhorar o funcionamento ou a sensibilidade de um, ou mais órgãos por meio da estimulação dos seus nervos. Para isso, são implantados pequenos dispositivos responsáveis por emitir estímulos elétricos que agem diretamente nos nervos e conectam as vísceras pélvicas e os interneurônios espinhais ao sistema nervoso central.

Como resposta a esses estímulos, o paciente apresenta uma resposta biológica que promove uma melhora nos sintomas de incontinência urinária, permitindo que ele tenha controle sobre a micção. 

Como o procedimento é realizado?

Considerado minimamente invasivo, o procedimento requer o implante de um neuroestimulador e de um eletrodo que ficará em contato com os nervos responsáveis pelo controle da função da bexiga e uretra. 

O neuroestimulador é inserido sob a pele por meio de uma pequena incisão realizada na nádega superior. Já para a implantação do eletrodo, o cirurgião realiza uma pequena incisão na parte inferior das costas. Com ligação direta entre si, o  neuroestimulador envia impulsos elétricos por meio do eletrodo para um dos nervos sacrais.

Quais os cuidados necessários durante o período pré e pós-operatório?

A preparação para o procedimento de neuromodulação neural é bastante simples. Geralmente, o paciente é internado no dia do procedimento, devendo seguir as recomendações médicas cuidadosamente. 

No mesmo dia ou no dia seguinte, o paciente recebe alta e pode retornar às suas atividades diárias. É importante conversar com seu médico sobre as possíveis limitações impostas durante a primeira semana para minimizar complicações e contribuir para o sucesso do procedimento.

Após o procedimento, é necessário realizar uma terapia de acompanhamento para que o paciente possa se acostumar com o dispositivo e sentir-se confortável para voltar a ter uma rotina normal. 

Qual é a taxa de sucesso?

A neuromodulação sacral é um procedimento comprovado cientificamente e que apresenta altas taxas de sucesso para o tratamento da incontinência urinária. Para saber se o tratamento irá surtir efeito positivo, é necessário que o paciente passe por uma avaliação de teste antes de realizar o procedimento definitivo. 

A avaliação de teste consiste na utilização de um estimulador externo e um sistema de eletrodos de teste para avaliar detalhadamente a resposta de cada paciente. Geralmente, essa avaliação dura de 7 a 14 dias. Em pacientes que apresentam melhora dos sintomas maior que 50%, há indicação para prosseguir para a realização do implante definitivo.

Um estudo, publicado pela International Brazilian Journal of Urology, realizado com 18 pacientes revelou que quinze deles tiveram uma fase de teste com sucesso e foram submetidos ao implante. O estudo também mostrou que todos os pacientes continuaram com boas respostas clínicas no acompanhamento de curto prazo após a neuromodulação sacral. 

Além disso, uma pesquisa, publicada pela World Journal of Urology, em um projeto multicêntrico europeu realizado com 94 pacientes com diferentes tipos de micção disfuncional identificou 72 pacientes responsivos ao teste de estimulação elétrica com eletrodos dentados. Por fim, a revista Progrès en Urologie, publicou um estudo prospectivo realizado entre 2003 e 2009 com 1418 pacientes revelou que 84,8% dos casos de bexiga hiperativa apresentaram uma melhora clínica superior na fase de teste. 

Após o implante definitivo, as taxas de sucesso mantêm-se praticamente inalteradas durante todo o tempo de vida dos dispositivos – que varia entre 5 e 8 anos. Após esse período, é necessário realizar a troca.

Qual é a indicação do tratamento?

O procedimento é indicado para pacientes que sofrem com incontinência urinária – principalmente após cirurgias prostáticas – e que não responderam aos tratamentos convencionais

Além de ser altamente eficaz no tratamento para incontinência urinária, a neuromodulação sacral também é muito indicada para tratar outros problemas do sistema urinário, como a síndrome da bexiga hiperativa.  

Se você mora em Balneário Camboriú ou Itajaí, agende uma consulta com o Dr. Leonardo e venha saber mais sobre o procedimento de neuromodulação sacral.

Material escrito por:
Dr. Leonardo Ortigara
CRM 15149 / RQE 7698